Eu ando extremamente maternal esses dias. Essa coisa de hormônio mexe com a gente... Dias de mulherzinha, sabe como é? Deve ser isso! E o universo parece que resolveu conspirar a favor do meu desejo. Todos os bebês do mundo que não são meus e todas as barrigas mais lindas do mundo que não é a minha e nem lembram, apesar da protuberância que já não constrangida eu admito existir aqui ao redor do meu umbigo... Todas essas criaturinhas encantadas decidiram passar na minha frente com seus sorrisos, suas bochechas rosadas, seus brilhos nos olhos e seus trejeitos de quem acha que o mundo é mesmo estranho demais e tudo é muito ínfimo e (paradoxalmente) pequeno pra comportar a mágica de uma nova existência...
Eu tenho me sentido incompleta, principalmente pelo dever que me imponho dioturnamente de ser inteira até nas impossibilidades...
Eu olho minha barriga e sinto falta de um serzinho crescendo lá dentro. E eu quero tanto me sentir a mais gorda e feliz das mulheres que preciso passar a mão sobre os cabelos que cobrem a minha cabeça confusa pra ver se o juízo aquieta, sorrindo e sabendo que eu só quero agora por ter consciência que agora não é possível. A teimosia em mim é inata, o querer o que não se pode também.
-Acalma. Acalma. Acalma. Guarda teus anseios pra dias futuros, criatura!
Faltam apenas 4 anos agora...