quinta-feira, 26 de março de 2009

Luzes,clorofilas e pequenas grandes coisas...

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Diz...diz como você faz...
Diz como se canta...encantando todo o ar.
Diz como você faz...
E prometo continuar seguindo.
Diz como guarda tantos segredos nestes olhos que falam tanto..
Diz como tu me aquece usando apenas palavras...
mas diz também como apressar o tempo(aquele qndo não estamos juntos)
Vai...diz como vc faz...e eu prometo ainda confiar.
Diz como tu eterniza o sorriso dado...e mantem viva a primeira saudade.

Porque tu...podia ser apenas um (re)encontro de mais uma ladeira qualquer.
Poderias ser somente a incerteza que surge no fim do dia...quando a vida se entrega
em uma cadeira de balanço esquecida em uma varanda iluminada com o pôr-do-sol.

Mas não...decidiu ser a vontade que vem nas noites debaixo do cobertor...a inquietação
do pensamento...noites de fuga.
POderias ter sido uma possibilidade...aquelas que trazem sorrisos rápidos e superficias
em fins de semana.

Tu poderias ter sido só mais alguém que vem...alguém que passa...
Mas não...teu corpo,tem a medida exata do meu.

Vai...me diz...



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ReDunDanTe*




(...)

Mas há a dor...
Que nasce não sei quando.
Que doi, não sei onde.
E cala,não sei porque...

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* adjectivo uniforme
1. superabundante, excessivo, demasiado
2. supérfluo
3. palavroso, prolixo
4. que repete informação que já foi dada; pleonástico




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terça-feira, 24 de março de 2009

.: Meu Jardim:.

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Tô relendo minha lida,
minha alma, meus amores...
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores...
Refazendo minhas forças, minha fonte, meus favores...
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores...
Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho...
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu destino.
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho...
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho...
Estou podando meu jardim.
Estou cuidando de mim..."
-Vander Lee-
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[Onde começam meus laços...onde terminam meus nós...?]
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sábado, 14 de março de 2009

:.Porem,contudo,todavia...

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Há quem fale de sentimentos vazios...

Mas vazios são as atitudes,a palavra mal dita,o amor que não damos...e aquilo que não estamos prontos para receber.

Sentimentos são reflexos.
Somente e só.

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segunda-feira, 9 de março de 2009

.:Manuscrito de uma Colombina.:



(...)


Talvez éramos a busca.Ou a procura pela soma de duas metades que se completassem e que não fossem a divisão de lados opostos...

Eu era a voz que ecoava nas ladeiras, tu eras a voz que ecoava nos meus sonhos mais ermos.
Eramos a incerteza e a dúvida que pairava no ar como bolhas de sabão, como o brilho falso do esmalte úmido nas unhas.Ou as máscaras que cobriam o carnaval.
Tu era a peça que deixava a platéia sem reação. Eu eras o verbo que deixava no palco sem conjugação.
Fomos a aurora de dias guardados a sete chaves e encerrávamos nossos dias com espetáculo que poderia deixar eles boquiaberto.
E sem saber.

Sem saber, fui conjugar os verbos que ouvia você dizer. E sem querer, errei os pronomes e não soube flexionar os tempos dos teus verbos.
Para mim, era o hoje – embora quisesse que tu foste o amanhã!
Quis te conjugar no presente como quem pressente o que virá.
Pela porta entreaberta, pelas frestas da janela - suas verdades descobertas.

E toda aquela dúvida, aquela angústia que me cabia - coube dentro da caixa da coragem.
Assim, enquadradas no meu silêncio, pude dizer as palavras que eu não sabia que queriam ser ditas.
Olhei nos teus olhos e não precisei verbalizar aquilo que você enxergou nos meus.
Não precisei me desculpar pelas palavras que não disse, porque você consegue ler nos meus olhos o que não consigo te dizer.
Como se você sempre soubesse o que eu queria esconder e o que queria mostrar.
Você soube quais eram as palavras, as cenas, meus atos falhos e acertos escassos.
De fato, o certo é o que você me acerta.
E no carnaval sem máscaras coloridas, eu vi a dança dos pagãos numa avenida.
Mas aquelas cores falsas não me apetecem.Não mais...
Nem o brilho fictício de uma glória sem nenhum orgulho...daqueles desprovidos de coragem.
E enquanto todos eles dançavam aquele samba com os pés no chão, eu bailava um frevo pelo céu.
E ríamos de toda certeza que um dia foi dúvida.
Quando o abraço apertado se tornou algo público e sentimentos foram gritados pra quem quisesse ouvir,
Não havia mais preocupação com verbos, concordâncias ou acentuações.
Éramos reticências, heróis de uma epopéia que dispensava narrativas.
E se amanhã,tu não estiver aqui, todas as minhas palavras são serestas.
Não sei mais prozodiar desalentos e aprendi a sorver o mel das palavras que eram um azedume.
Eu não sei de nada, mas canto as palavras que eu quero que você escute.

Éramos a pose, a máscara caída,o sorriso no retrato que traz um pedaço de alegria num pedacinho colorido de papel.
Será? Seremos?
Seremos o que nunca fomos pra esquecer quem éramos.
Seremos uma saudade.
Aquela saudade refletida em um prisma - uma em cada face diferente, mas que no final, são todas iguais.
Quando compreendi que o silêncio não é angústia, senti o vento ecoar o som da tua risada.
E sorri pensando que essa tristeza- com ar de quarta de cinzas- até que é bem alegre.
Se éramos uma busca, porque não sermos hoje a espera?
Na espera para que você entenda as palavras desse manuscrito mal traçado, com essas letras garranchadas.
Limpo a avenida cheia de confetes...para que você saiba o que eu disse e você não ouviu, mas poderias ler...




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