terça-feira, 30 de setembro de 2008

.: Post escriptum :.

Eis aquela pergunta que eu ia te fazer, mas que, por delicadeza, não faço:

Como vão os restos mortais do teu amor?


Claro que esta pergunta é só uma despretensiosa provocação. Porque, no fundo, o que morre são as relações, apenas as relações...
Teu Amor continua aí, intacto, brilhante, enorme
— e pronto para ser vivido de novo e sempre.
Basta que você o deixe livre.

E o desperte, todo dia...




* E PRA NÃO
DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES:






Nesta primavera vou encher de flores vermelhas...
Todos os meus vasos Sanguíneos.




.:cONTRAsENSO:.


"Em luta, meu ser se parte em dois.
Um que foge, outro que aceita.
O que aceita diz: não.
Eu não quero pensar no que virá: quero pensar no que é. Agora. No que está sendo.
Pensar no que ainda não veio é fugir, buscar apoio em coisas externas a mim, de cuja consistência não posso duvidar porque não a conheço. Pensar no que está sendo, ou antes, não, não pensar, mas enfrentar e penetrar no que está sendo é coragem.
Pensar é ainda fuga: aprender subjetivamente a realidade de maneira a não assustar. Entrar nela significa viver .Sôfrego, torno a anexar a mim esse monólogo rebelde, essa aceitação ingênua de quem não sabe que viver é, constantemente, construir, não derrubar.
De quem não sabe que esse prolongado construir implica em erros, e saber viver implica em não valorizar esses erros, ou suavizá-los, distorcê-los ou mesmo eliminá-los para que o restante da construção não seja abalado."








[Eu não guardo meus sentimentos em caixas de papelão. Elas são frágeis...Bem frágeis...
Há muitos joguei quinquilharias de lembranças fora. Às vezes os deixo escondidos na estante, entre os Cds empoeirados e as memórias congeladas em álbuns de fotografias...
Vontades misturadas com saudades ocultas, para que ninguém mais possa encontrar. Somente eu quem devo procurar as emoções em cômodos incômodos.
Não creio mais confiar nem na minha sombra, pois até ela me abandona quando as luzes se apagam...]



*

(sem) TuaS MãOS.


Bota-me nos braços...
me roda feito ciranda,
me faça sentir a liberdade
e o vento no colo.

Eu ando precisando de asas
mesmo que sejam emprestadas.
Bota-me nos braços,
me erga até o alto...
me faça sentir por cima de muitos.
(É que eu me sinto assim de repente, pequena para o mundo)
miúda, encruada,desastrada...

Bota-me nos braços
me abraça forte
me trave os movimentos
Eu preciso saber se meus ossos resistem
se eu tenho ar e força o suficiente.

É que eu ando tão frágil
Ou não sei, talvez é só falta de coragem.
Bota-me nos braços...
me faça mulher,
dê-me desejos sem fim.
É que eu ando tão sem noção...(ainda mais qndo não te tenho ao alcance das minhas mãos.)

Bota-me nos braços
me olhe nos olhos
Eu não sei,
é que olhares me acalmam.
Eu só quero ser cuidada...



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*

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

.:El gris de la hora:.


O tempo passou incólume...
O fogo que outrora era fúria incontida... lentamente acabou por perder toda a sua intensidade.
Até as chamas clamaram pelas cinzas em breves metamorfoses.
Porque ontem fui chama acesa em mim e hoje recriei-me nas cinzas dos afetos e das palavras.

As horas passaram...as questões multiplicaram-se e as dúvidas, essas há muito que destilaram angústia e hoje são cálices de redenção.
Abriram-se as portas do ser e da chama nasceu a cinza que dará lugar a novas chamas em ciclos perpétuos de fogo que emanam da minha vontade transcendente...
Porque saberás onde me encontrar.
Porque se vieres à minha procura saberás sempre onde me encontrar.
Vem até mim se souberes as respostas.
Esta foi a cinza das horas...Esta é a cinza das minhas horas.








[Repousa teu sono sereno em meu colo...faz um pedido e assopra...
Quem sabe ainda sentirá o batido das asas das borboletas.]



*

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Sonífera.

...E fecha os olhos, minha doce menina...deixa a lágrima insistente escorrer e lavar tua alma.
Amanhã sempre será um novo dia,lembras?


Dorme...dorme minha pequena.

Um vento suave virá acalentar-te em seu colo...e trará o que verdadeiramente é teu.

Shhh...dorme...dorme...




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[Quando as borboletas pensam em parar de voar...]


*

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

"...SoL De PriMaVeRa,

abre a janela do meu peito."







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E é de certo,olharmos pra frente...E aprender com a primavera,a deixar-se cortar...e renascer sempre inteira...

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[Feliz 1º dia de primavera...!]




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terça-feira, 9 de setembro de 2008


Duas pessoas encontram-se e vão para um local bem frio.
Mas tão tão frio... que nenhum tem coragem sequer de se levantar para fechar as portas na tentativa de amenizar e aquecer o recinto.
Ambos usam tênis, camiseta, calça jeans e moleton, ambos sentem muito muito frio.
Eles, um homem e uma mulher, dividindo aquele espaço, aquela mesma distância e algo que só não é maior que os dois juntos, se olham e pensam: "eu poderia tirar meu moleton pra poder lhe agasalhar melhor."
Mas o frio é tanto que ninguém o faz. Ninguém consegue. Os dois se abraçam. Sublime.
O amor deles é é feito de pequenas grandes coisas. O amor não é como aqueles quando um tenta dar ao outro aquilo que lhe falta, não é quando um se torna incompleto.
O Amor deles é conjunção, é partilha e troca, outra coisa não deve ser amor, amor é estar junto – independente da forma – um aquecendo o outro pra conseguir suportar o frio até que ele passe...





[Sorte a minha que eu tenho vc à encantar todos os dias meus...]




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.(Re)visitando sentimentos.


Atravessei esses sentimentos centenas de vezes nas últimas semanas.

Saí ilesa.

Minhas 570907118184 tristezas...

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A tristeza de não saber expressar claramente o que se quer dizer;
A tristeza de acordar no meio da madrugada;
A tristeza de não poder abraçar o silêncio;
A tristeza da ausência;
A tristeza das coisas pensadas que soam mais terríveis que as coisas faladas;
A tristeza das coisas faladas que saem diferentes das coisas vividas;
A tristeza da falta de concentração;
A tristeza do pensamento fragmentado;
A tristeza de querer fazer tudo imediatamente;
A tristeza de não fazer nada;
A tristeza da radiação solar;
A tristeza da vida que continua enquanto a gente não pára;
A tristeza da gente que não pára enquanto a vida continua;
A tristeza do oposto da crença;
A tristeza do contrário da fé;
A tristeza do “se”;
A tristeza das impossibilidades inventadas;
A tristeza do peso que o excesso de leveza trás;
A tristeza do amor sem desprendimento;
A tristeza dos hormônios;
A tristeza do incômodo da alegria fulgaz;
A tristeza do incômodo da fulgacidade alheia;
A tristeza da cerveja quente;
A tristeza de ser uma esquecedora ativa;
A tristeza de ser uma relembradora inerte;
A tristeza de terminar um bom livro;
A tristeza de não terminar um livro;
A tristeza de sentir necessidade de criar coisas;
A tristeza da impossibilidade de conciliação entre certos quereres e o existir;
A tristeza da falta do peso inexistente do corpo existente, porém não presente no meu corpo demasiadamente real;
A tristeza da falta;
A tristeza dos outros;
A tristeza de – por mais tolo que isso pareça – não poder voar;
A tristeza de não ser duas. Ou três.

A tristeza é algo que está aquém à nossa disposição normal. Não estou triste. Não é tristeza o que sinto. Mas a palavra é quase bela e eu preciso dar nomes.







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.:Dias Letivos:.



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O que tem faltado é o tempo...
...pois a inspiração ainda transpira e pecorre por todos os poros.


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[Venha, meu bem...e dormiremos juntos mais uma vez ao som da balada do nosso amor inabalável...]




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