segunda-feira, 28 de abril de 2008

.Lá acolá.

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E eu fui feliz.
Eu fui feliz como aquela rosa de um jardim florido que apenas espera pelo
pouso da borboleta para acariciar-lhe as pétalas.
Eu fui feliz como o pássaro que espera crescer as asas para voar e ser livre.
Eu fui feliz como a terra que espera o pingo da chuva para dar vida às sementes.
Eu fui feliz como uma alma ansiosa pelo raiar de um dia de mudanças,
que quer ser diferente em tudo o que puder,
porém sem jamais perder sua essência.
Eu fui feliz.
Porque senti o carinho, o beijo e o sorriso da vida repousando sobre mim.
Fui feliz como só eu sabia ser, como só eu esperei ser, e como hoje eu continuo sendo...



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sexta-feira, 25 de abril de 2008

.Bons FrutoS.

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A vida te dá uma rasteira. Você cai, tropeça, o sonho borra a maquiagem, o coração se espalha. Você sente dor, perde o rumo, perde o senso e promete: paixão, nunca mais.
Você sente que nunca irá amar alguém de novo, que amor é conversa de botequim, ilusão de sentido, que só funciona direito para fazer música, poesia e roteiro de cinema.


E você inventa...
Um amor pra distrair. Um amor pra ins-(pirar). Um amor pra trans-pirar.
Uma paixão aqui, um quase-amor ali...
Ainda bem que existem amigos para amar, abraçar, sorrir, cantar, escrever em recibos e tirar fotos bonitas.


E a vida segue. Feliz.
Sua imaginação te preenche, seus amigos te dão colo, vodka e dias incríveis...
Aí do nada ele surge. Ele. Ele que é diferente de tudo. Ele que é tudo. Mas tudo não existe. Ele sim. Ele existe. E gosta de mim, de praia, de palavras simples e café no final da tarde. Ele que é lindo...
LINDO! Lindo por fora, mas infinitamente lindo por dentro.
Que tem sonhos molhados, planos no varal e o coração atirado na mala. Ele que não se parece com nada. Ele que combina comigo. E não tem medo. Será que estou sonhando?
ELE NÃO TEM MEDO!
Ele não gosta do morno, de mais ou menos, de música feia, nem sentimento pequeno. Ele que me abriu o verbo, me fez chorar de saudade, escancarou o coração, confessou o que não se diz e me sentiu. Lá de longe, ele me sentiu. Me enxergou por dentro, me chamou de anjo, disse que eu sorria lindo e me deixou tímida.
Mas como assim?Ele me deixou tímida!


E me mostrou músicas lindas, lugares maravilhosos,viagens inesquecíveis,mandou mensagens encantadoras, devolveu minha esperança, me fez querer acreditar de novo.Ele que conhece o sabor de desfrutar da companhia dos vira-latas que encontramos nas ruas.De rirmos das nossas histórias contadas,das vividas e planejadas.Ele que faz ver-me refletida em seus olhos.Ele que não gosta de jogo, que tem o sorriso mais lindo do mundo, que não pára nunca de sorrir e me olhar. Ele que não pára nunca de se buscar e me encontrar...
Ele que gosta de olhar pro ceú junto comigo e me fez ver pela primeira vez depois de vinte e cinco anos a constelação de Escorpião.
Que me faz adormercer em seus braços,que tem a voz mais mansa e doce...e sempre me beija a testa dizendo que vai dar tudo certo.Ele que sabe dançar no meu ritmo,cantar na minha melodia,me faz ser uma pessoa melhor e amar melhor.
Que vê graça onde não há sentido...e vê sentido onde tem graças...e me transmite tanta Paz...
Ele...que me enche os olhos e o coração de orgulho ao pensar nele.
Ele tão cúmplice.Companheiro constante e fiel.
Que sabe compartilhar o nascer da Lua cheia e traduzir as mensagens que o Universo tenta nos mandar em segredo.

Ai, pára tudo.
Porque pra ele eu digo sim.Solto minhas amarras e flutuo.
Porque com ele o amor não doi.
Vou viver e ser. Vou viver, ser e amar. Vou viver, ser, escrever e amar. Com ele.
Até o fim.







[Sorte a minha...que nesse dia de frente ao mar,em teus braços vi o Sol nos dar Bom dia...]

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.O CaoS NoSSo de CaDa Dia.

(Ou: a teoria das minhas borboletas)

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Sou avessa à equações, fórmulas e respostas certas. Não gosto de nada definido. Certezas não me calam. Talvez - por ser uma eterna questionadora e reverenciar o que não se explica - eu deva admitir, com respeito: sempre me atraiu o conceito do caos. Não me entendam mal, por favor. A palavra, por si só, já me traz simpatia: "caos" era usada pelos gregos como sinônimo de fenda ou espaço infinito. A simples idéia me encanta. E não é só isso. A teoria confirma a natural instabilidade do mundo (e de nós mesmos): há ordem na desordem e desordem na ordem. Viu só? Pra mim, nada pode ser tão real. E inspirador. Parece loucura? Olhe, então, a vida se desenrolar lá fora. Ou atreva-se e vire para você mesmo. Previsões falham. Resultados nos surpreendem. Contradições surgem. Fatos nos tiram do prumo quando tudo parece estar na "mais perfeita ordem". O contrário também acontece. (E eu agradeço, feliz, pela não-linearidade do mundo!). Li uma vez que o simples bater de asas de uma borboleta pode provocar um tufão do outro lado do planeta. Já avaliaram isso? Ah, não sei não. Não entendo nada de física, nem de escalas temporais. Minha história é outra. Acredito que uma pequena escolha na vida pode mudar muita coisa lá na frente. A dimensão de tal fato? Não sei medir. Mas, por via das dúvidas, me asseguro: acalmo as borboletas que voam na minha barriga e exijo-lhes ordem.
Afinal, nunca se sabe o temporal que somos capazes de criar...


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"É preciso ter caos e frenesi dentro de si para dar à luz uma estrela dançante." (Nietzsche)



[E eu queria ter apenas vc agora...ao alcance de minhas mãos...]
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quarta-feira, 16 de abril de 2008

.Vê?.

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....E no fim das contas,as vezes pouco importa esses quilômetros todos que nos separam.

Olha você aqui...

Mil trezentos e oitenta e nove quilômetros...e ainda consegue calar as minhas lágrimas do outro lado, estica esses braços tão longe que é capaz de segurar minhas mãos trêmulas...e desfaz o nó na garganta.

Eu não te largo, não me permito distanciar o nosso adeus a ponto de esquecer o quanto nos encontramos todos os dias, tão de perto...

Olha você aqui, de novo, agora. Nessas letrinhas todas. Vê?
No meu dicionário não existe só mais saudade, existe sim agora o teu nome...que me faz ser tua.

Tua...todos os dias...
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[Contando as horas...E vem logo,que a minha escova de dente ta morrendo de saudades da tua...!]
*Te amo daqui à Lua.(indo e voltando!)
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domingo, 13 de abril de 2008

- A SUA -



"Eu só quero que você caiba no meu colo,porque eu te amo cada vez mais...
Eu só quero que você siga para onde quiser...Que eu não vou ficar muito atrás.
Tô com sintomas de saudade... Tô pensando em você..."


[...penso tanto em você que na hora de dormir vezemquando até sorrio e fico passando a ponta do meu dedo no lóbulo da sua orelha...e repito repito em voz baixa: te amo tanto...dorme com os anjos...
Mas depois sou eu quem dorme e sonha, sonho com os anjos... Nuvens, espaços azuis, pérolas no fundo do mar...]

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sexta-feira, 11 de abril de 2008

.Srª das Dores.

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Vivo brigando pra não senti-las, até porque não acho que dores remeta a algum sentimento prazeroso...

Eu prefiro os prazeres, então fico convertendo dor em prazer. No início é meio complicado, mas depois de algum treino fica (normalmente) fácil.

Mais essas eu não estou conseguindo... Dores que NÃO SÃO MINHAS, mas estão me afetando... Eu não sou o alvo, mas sirvo como mira pra atingi-lo...

São lançadas a mim feito facas certeiras, já que seus atiradores são eficientíssimos ao remessá-las!


E dói toda vez que desavisada,sou mirada.

Dói aqui no peito, não do lado esquerdo, nem do lado direito, bem aqui no meio mesmo...

O que só contribui para confundir-me ainda mais...


E estando dolorida e confusa não consigo estancar a hemorragia interna. Esvaindo entre tantas dores (alheias), busco forças e bato palmas para seus atiradores.

Consigo enxergar a habilidade deles...

Consigo admirar...

(E nem sempre admiro o que qualifico como bom... O mal também tem minha admiração. Porém nunca terá a minha compreensão...)


E estando dolorida e confusa não consigo vedar o sangramento.

As feridas do coração, ele mesmo estanca. As da razão, ela mesma cessa...

(Mais como sanar as que não são nem de um nem da outra?)

Uma vez que não consigo enquadrá-las entre esses dois, uma vez que não consigo alcançar com inteligência (e é duro admitir isso), fica difícil a cicatrização...

E diante desse tipo de dificuldade, vem o sentimento de impotência. Ao qual eu mesma imponho a existência, porque não quero que meus venenos letais (sim, eu os tenho!) escorram junto com o sagrado sangue que escorre devido ao golpe covarde, porque não quero intoxicar pessoas das quais gosto, pessoas das quais quero gostar ainda mais.

E para não dar o prazer ao atirador de assim, nessa demonstração de fraqueza, atingir o verdadeiro alvo.


Dor que não atinge o coração... Dor medíocre e traiçoeira...

Não se submete a razão, Até porque não deveria doer...!

Mais como ser indiferente à ela, Se me usam como mira?


Aos atiradores de facas um aviso: Já vesti minha proteção de tecido fino que é a indiferença Cosida com a linha sutil do desprezo...E sendo assim, Pode (me) mirar!!


As tentativas de ferir, morrerão em mim, já que o alvo, hipnotizado pelo brilho (falso) sedutor de tuas facas, Não se percebe ameaçado...



- UM FELIZ ANIVERSÁRIO !! Feliz aniversário ???? -






[De onde vem este cansaço quase mágoa com que te dirijo o olhar?
Eu queria que fosse fácil, claro, quando eu ainda posso dizer a ti: "pode contar comigo".
Tu sabes que pode contar...
Mas há uma coisa sem nome que me faz calar. E temer...
Deixe...deixe usar-me de mira...mas não sejas mais tu o alvo...

Desculpa por não saber todas as respostas pra tua vida,minha doce amiga...]



.Amo você.





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quinta-feira, 10 de abril de 2008

.As MaRaViLhaS do PaíS de Alice.

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-Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?
-Isso depende muito de para onde queres ir - respondeu o gato.
-Preocupa-me pouco aonde ir - disse Alice.
-Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas - replicou o gato.

(Lewis Carroll -Alice no País das Maravilhas)
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[O Gato de Carroll mostra-se para a menina como um companheiro nos momentos em que ela precisa de uma resposta sobre o que fazer.
E é um dos poucos personagens com quem ela consegue manter um diálogo mais brando e também o único que a explica o porquê de determinadas coisas...
É ele, por exemplo, quem diz a Alice que todos, naquela terra são loucos e que o motivo dela estar lá seria porque, provavelmente, teria sua própria dose de loucura.
Ele é a criatura sábia que conduz e aconselha Alice em sua aventura, como se fosse uma consciência figurativa.
E é ainda tipo um pensamento científico da narrativa porque comprova o que fala, embora mantenha sempre sempre uma linha tênue entre a genialidade e a loucura...

Hoje dei comigo a sentir-me esta Alice. E, claro, o gato tem imensa razão...]





("- ... desde que eu chegue a algum lado, acrescentou Alice a título de explicação.
- Oh, certamente que hás-de chegar, disse o gato, desde que caminhes o suficiente.")
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terça-feira, 8 de abril de 2008

.(Con) FUSÃO de sentidos.


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Peito que bate...aceleração descompassada.
Transpiração ofegante...respiração calma...
Pessoas...tickets nominais...bagagens anônimas...portão de embarque.
Lábios controlados...mente seca.
Palavra que cala.Silêncio que fala.
Loucura sã.
Certezas baseadas numa icognita.
Destino planejado.Conhecido caminho desconhecido.
Passos trilhados.Mapa com bússola.Bússula que desorienta.

Desembarque flutuante.

Cama cúmplice.Karmas compartilhados.
Metáfora real.
Frio que acolhe.Calor que transcende.Vontade que acorda.
Mãos que choram.Olhos suados.Beijos mofados.
Colo que alimenta.Coração que sustenta.
Velas roubadas.Pedras perfumadas.
Olhos na alma.Cabeça nas nuvens.
Um em dois.Dois em um.

Idas com voltas...

Força retroativa.
Metade que completa.
Pedaço que fica.
Metade que leva.
Força.

E certezas.




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"Can you go another round?
I will follow you down and out...
Lets go another round...
I will follow you down and..."
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[Escutava a menina de olhos vidrados e mãos gélidas naquela tarde enquanto cruzava o portão de embarque...
E qndo teve que voltar cantou novamente para si mesma...agora num tom afirmativo...
Sentindo-se completa...ainda que desejasse vc por inteiro...e tivesse deixado sua metade na volta...]


*

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Entrou devagar para não se assustar.
Seu corpo era apenas sombra.E na escuridão de dentro, se viu cega.
Tateou.
Por instantes, percebeu em si mesma o silêncio da respiração.
Umidade e visco na palma da mão.
Como evitar a vontade de estar bem longe dali?

Porque não era fácil...Não para ela...
Estar em um lugar aparentemente conhecido, falsamente decifrado.
Sim.Do lado de dentro!

O tempo levou o breu embora e os olhos já enxergavam cortes, secreções e
um lodo vermelho sob seus pés descalços...
E lá estava a dona-bomba,pulsando...na velocidade de um tic-tac-oco-ecoado
e denso, um tambor, remadas compassadas de escravos
confinados em um navio negreiro.

E ela.Diante daquilo tudo, dentro daquilo tudo...
Queria descobrir o sentido de ser assim tão como era, queria entender,
se retorcer e se trazer de volta.
Doía.Tudo nela doía.
E aquela dor, aquela angústia, aquela batida, aquele calor, reverberou em si
o mais terrível grito de todos... e gritou...até que não havia mais nada nela e tudo ficou ali, boiando na sua frente...

Esvaziada, se encheu.Havia algo dentro agora...

Bem perto daquela máquina sangrenta tic-tac-ando na sua cara tudo que ela havia gritado.
Saiu correndo, de dentro,não olhou para trás,com medo de se arrepender...


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.Escreve tuas RETICÊNCIAS nas minhas ENTRELINHAS...


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Já não te posso exigir
Que me deixe por aqui, na minha quina.
Fez-me tão sua
Que perdi meu endereço...


É tarde, sim.
Vicie-me nesta leveza de deitar em seu peito,
Inclinada sobre as tuas frases,
Pousada no silêncio da tua respiração...


E detenho-me em lembranças
Das tuas minuciosas histórias,
Dos teus beijos insistentes,
Das tuas mãos irrepetíveis...


E teus olhos...
Fizeste do presente
Esta mina de sensações
Que reluz diante da consciente vontade de ti.


Não é que a vida doa quando há ausência,
É que ela se faz mar com tua presença...
E já não compreendo como o céu pode ser tão azul se você demora,
Ou a noite tão estrelada se você se esconde.

Devo-te a sabedoria da partilha pura do desejo.
Devo-te o conhecimento da menina oculta...
Devo-te a construção da ponte sobre o buraco da nossa distância...

E porque ainda não te sei,
Ouve-me:
Não me deixe desaparecer...
Não desapareça.


*
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É...as vezes olhamos para o céu e pedimos
por coisas que imaginamos que nos fariam felizes...
Mas, no fundo, no fundo...talvez não sabemos pedir.
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[ Ainda bem que Ele se faz de surdo, vezenquando...]
*

domingo, 6 de abril de 2008

.Peculiaridade de diferenças.


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Sobre o que nos difere e nos torna tão iguais é o que me intriga.

Essa ambiguidade em ser tão única e tão semelhante é um paradoxo que me faz sentir humana: ao mesmo tempo tão singular em meus pensamentos, minha maneira de enxergar o mundo... e tão homogênea pelas mesmas necessidades, medos e alegrias...
Somos todos igualmente únicos.
(...)

Somos todos peculiarmente iguais.





["Me leve para outro lugar...onde só eu e Deus possa me ouvir..."]



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sexta-feira, 4 de abril de 2008

.:*:.



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Eles sentem, sim, falta dos seus...
Sentem falta do entrelaçar dos dedos...
Sentem falta do calor, da segurança, do companheirismo...
Eles sentem falta da calma...
Sentem falta dos carinhos, da tranqüilidade...
Eles sentem falta do amor...
Sentem falta constantes das gargalhadas...
Sim... meus [pequenos] pés sentem falta dos seus [grandes] pés...
Por isso, trate de trazê-los logo pra cá...!


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[Incrivel como cada pedaço meu tem a medida exata da tuas mãos...]



Saudade sem fim...sem fim...sem fim...

quarta-feira, 2 de abril de 2008

.Sábio o silêncio que habita o coração.

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Hoje eu ia escrever para descrever a presença
absurda que você representa agora em mim...

Tentei em vão decorá-lo para depois traduzi-lo
e achar a palavra certa para minha estrofe sem fim...

Não deu...
Você foi mais longe...


Não importa que você não fale...
o que eu tento descobrir de nós e não consigo...

...SEU OLHAR ECONOMIZA PALAVRAS.




[Que saudade das tuas mãos nas minhas...]


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