quarta-feira, 10 de junho de 2009

::Tudojunto e Sepa-rado ::


De vez em quando ela resolve parar...
Ensaia os sorrisos do fim de semana, as gargalhadas do meio-dia, mãos quentes, peito frio e deixa o mundo um tanto mais tranqüilo só de vê-la dançar entre as luzes coloridas do fim de noite.
Ela poderia guardar dentro de potes coloridos todas as passagens com destino ao país das maravilhas que ele entregara tantas vezes, deixar tudo trancado e intocável, mas não.
Queria repetir quantas vezes o tempo permitisse. Talvez quisesse repetir um sonho que só ela conhece.
Ela que desconhece o que é ser despedaçada por ele, que reconhece o que é estar desmanchada, toda juntinha e derretida no chão.
A menina visita o mesmo país todos os dias. E lembra de como era ter bonecas pra ser invencível na brincadeira...
Ela adorava os livros mágicos, porque quando virava a página trombava com o final feliz.
Foi só fechar os olhos e realizar o tempo, então o sorriso tímido foi se tornando largo e firme, porque é exatamente assim que as letras sempre pedem que ele permaneça, inabalável...
Ela lê as mesmas bagunças todos os dias, e respira os suspiros de confusão que passaram a fazer parte daquela sensação inexplicável. Uma coisa que não sabe ser nada além de amor. Amor além do convencional, dos que não se explicam com frases feitas. Um desses que por acaso ela nunca tenha experimentado.
De vez em quando ela resolve voltar a sofrer, de vez quem em quando ela resolve virar uma que ainda não existiu, de vez em quando divagar, de vez em quando desistir de ser confusa.
A menina deu um tapa na loucura, sossegou o coração e olhou os potes coloridos de cara feia. Todas as suas angústias foram passear e só vão voltar quando ela tiver dois olhos no caminho, provavelmente encharcados de saudade e soluços...


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[Como vc me doi nas noites de chuvas...]