domingo, 26 de julho de 2009

.:Conversas de Espelhos.:




-Eu quero que você me diga: O que é isso q eles chamam de amar? Você sabe?
-Eu acredito que o sentimento é sempre certo, sempre.
-Mas como? Como saber que ele é o que se acha?
-Eu mudo tanto de idéia, o tempo todo. Se você achar, é porque ele é.
-Não é tão simples assim. Eu já mudei antes, você nao veio comigo, ou talvez tenha vindo. Existe um pouco de você em mim, um pedaço podre, um pedaço doce. Um meio inteiro que eu nao gosto quando provo. Eu tenho medo e, às vezes, eu nao quero mais ter você. Eu fico pensando que amanhã você acorda e nao quer mais isso. Eu não suportaria. Todos os dias eu acabo e volto, sem você suspeitar. Todos os dias eu abro mão de você.
-Absurdo isso, você sabe! Abrir mão de mim pelos 50% de chance do que existe em me acabar.
-Não é um absurdo! Eu costumo sofrer, sou eu. Eu acho que é meu jeito de nao voar. Meu jeito disso nao ser amor. Meu jeito. OK, é um absurdo.
- Teu jeito é injusto com a gente.
-Meu jeito me faz perder você em mim a cada dia. O "você" dentro de mim me dói.
-É o que você quer? criar um novo "eu" que te faz mal, me tendo aqui, ao teu lado?
-Não, eu nao quero. Eu não me encontro apaixonada por alguém. Eu preciso disso, mas eu me sinto idiota falando algo idiota como "eu te amo".
-Meu bem, eu estou aqui. Eu gostaria que vc me visse. Eu gostaria que você me sentisse. Me veja, eu não sou uma criação sua. Me aceite.
- É que eu percebo que pensar em nao dizer já é pensar e é só um jeito de você não saber, porque eu não quero que você diga. Eu não quero que você minta e isso vire uma mentira. É o que a gente faz, nao é? Quando acaba, a gente finge que nunca existiu.

-Não coloque nomes, se não quiser.

-O meu ja coração doeu, mas eu nao achei que fosse morrer, mas dores no peito nao se relacionam ao coração, não fisicamente. A minha dor era diferente. Era...era uma resposta. Uma resposta pro que ele disse segundos depois...

-É que você fica linda nua, mas seus olhos negros brilhando nessa meia luz me engolem o mundo. Se isso for amar...

-Um dia isso acaba, mas palavras certas em momentos certos são o tipo de coisa que fazem dos sentimentos certezas nas dúvidas.




[Eu precisava entender...mais que isso, eu queria.]
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terça-feira, 14 de julho de 2009

.:Doce Guará:.



















Calço a consciência
Com chinelos surrados.
Desafrouxo os cintos apertados,
Deixo os pés descalços simplesmente...
Ainda que por um evaporável instante
Do meu caminhar errante.




*

terça-feira, 7 de julho de 2009

.:.Dos intervalos.:.[Entre o dia após o outro]



"Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado.
Quero inventar o meu próprio pecado,
Quero morrer do meu próprio veneno...

Quero perder de vez tua cabeça,
Minha cabeça perder teu juízo.
Quero cheirar fumaça de óleo diesel,
Me embriagar até que alguém me esqueça..."






[Eu quero ficar aqui...onde está constantemente amanhecendo...]

*

quarta-feira, 1 de julho de 2009

::Pontos nos is::

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E então...sem saber o que dizer. Não, não é verdade.
Sem saber poder dizer o que quer fazer.
Então te escrevo coisas e te canto músicas na minha cabeça...E espero. Devo esperar.Mesmo que o que sempre nos sobre seja o inevitável: o fim .
Porque a gente sabe como acaba , só não sabe quando.
(Por falta de coragem ou por confusão)Não sei. Tu também não saberás.Mas tu me bagunça.E fico assim, confundido as palavras. Distraindo o que há por vir. Distraindo o distante, o ausente.
Te vejo sempre mesmo de longe e de longe bem de longe sinto como é o de perto bem de perto.Porque esse eu já conheço bem.É so imaginar. E só.
Imaginar e te ouvir de longe.As vezes parece tão perto que me permito nos ver lá , na curva,nas estradas,no meu quarto que parece nosso.Mas a curva é distante. Ainda é preciso muito andar, precisa muita coragem.
Desapego.Desapego?Não não é bem isso.A palavra é outra.
É preciso permitir.Desconstruir para poder construir algo maior, mais forte. Mas temos medo.Não podemos.Medo de desconstruir e de repente não conseguir ser igual. (e não vamos conseguir)Porque não pode ser igual, não.Não te culpo.Nem a mim mesma me culpo.
Não existe a culpa. existe essa coisa, essa moral, essa falsa preocupação com o outro, essa coisa toda de não- é- certo- isso- melhor- parar- para- não- machucar- mais- ninguém. e assim nos machucamos e nos acomodamos e não nos permitimos mais nada além disso que já conhecemos. Medo do incerto, (que clichê mais besta).
Não eu não quero isso, não quero acomodar e fechar os olhos para as inúmeras possibilidades.E não fecharei meus olhos para você. Eu não. Se tu quiser que feche os seus.


*

::Sempre soubeste::


No fundo tu sabias que eu poderia cair a qualquer momento.
Eu nunca quis admitir que o limite estava tão próximo e que a minha suficiência era limitada.
E tu?
Tu estavas no encontro da disponibilidade sincera com o silêncio e eu não soube dissolver as fronteiras e não corri para teus braços, mesmo sabendo que não os fechavas.
E isso magoa-me mais do que imaginas. Sabias que o passado jamais se mantém enclausurado em simetrias, assim como sabias que eu sou muito mais do que mostro.
E eu fechei os olhos para não ver os trapézios demasiado assimétricos de recordações que tu sabias existirem, nesta falsa segurança transparente que me vai aconchegando.
Sabias que inevitavelmente eu me perderia em refúgios ás palavras e aos sentimentos, sabias que isso me conduziria a um caminho sem retorno e mesmo assim jamais deixei que as tuas palavras me gritassem por dentro e se organizassem em correntes irrefutáveis da tua presença em mim.
Porque não me basto, porque silencio apelos... porque me faltas e dói saber isso.
Sabias que eu ia cair e eu caí, contudo tu estavas lá para me limpar as lágrimas que não chorei e para me estender a mão que eu jamais ousei pedir.
E jamais pediria.
*