quarta-feira, 7 de novembro de 2007

-->À 3.135 kilometros.

(Já do outro lado...)


[...]

Como todos os outros, havia se tornado como todos os outros.
E ela chorava como todas as outras vezes. Que menina bobinha, chorando de novo.
Logo essa menina que havia prometido parar de chorar. Menininha boba. Como todos os outros. Ela chorou uma vez com outro. Ela chorou outra vez com outro outro. Ela chorou outra outra vez com outro outro outro.
E ainda não havia aprendido a não chorar mais.
Menina boba, reles menininha boba!

Suas lágrimas desciam pelas suas bochechas pálidas.
Menininha boba de bochechas pálidas e nariz vermelho.
Mais uma vez, boba!

Ele havia se tornado como todos os outros. E ela estava chorando, como todos os outros a fizeram chorar. A menina era boba, mas era forte. Poderia enganar-se se quisesse e não chorar. Mas se iludir nunca havia sido a sua melhor opção, então resolveu chorar.
De novo, de novo, de novo. E aquele nariz ia ficando cada vez mais vermelho e aquelas bochechas ficavam cada vez mais pálidas e inchadas.
Mas ainda assim tinha uma esperança, porque ele talvez não fosse igual a todos os outros. Ainda existia esperança. E talvez fosse por isso que ela sempre seria a menina boba. A menina boba com bochechas pálidas e nariz vermelho.
E ela ainda se orgulhava disso.
Menina boba. Pra sempre boba. Mas ainda assim era feliz.
Porque ela era a menina boba...mas não mais pra ele.
Talvez.


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[Estamos conversados...ok?]

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