quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008


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"Às vezes é bom sumir. Outras vezes é bom ficar calado e deixar as coisas correrem paralelas. Muitas vezes é importantíssimo escutar o toque do celular no meio da noite.

Há dias em que tapas no rosto e lágrimas escassas valem mais do que filme e sorvete em dias de chuva.

De vez em quando não escutar o que não queremos é perfeito. O problema é escutar o que queremos de vez em quando.

Houve um tempo em que o cheiro da pele não mudava e, quando mudou, mudou. Agora têm aqueles dias em que o cheiro volta e dá saudade do filme e do sorvete.

Às vezes é bom conversar. Outras vezes é bom xingar, pedir desculpas e não precisar conversar.

Muitas vezes bate uma solidão estranha. E de forma tão estranha ela também vai embora. Ah... e há dias em que é bom ir embora. Sem tchau, sem beijo. É estranho e, às vezes, necessário.

De vez em quando o nosso quarto fica meio escuro e a gente chora. O problema é quando choramos de vez em quando sem o quarto.

Houve um tempo em que os espelhos nem importavam tanto e, quando começaram a importar, ficou ruim. Agora têm aqueles dias em que o espelho te olha de volta e dá saudade do tchau. Do beijo.

Às vezes é bom apagar os velhos desenhos. Outras vezes é bom abrir as gavetas e reler as velhas marcas de grafite. Muitas vezes é ruim não ter ninguém pra conversar.

Há dias em que é melhor não acordar e/ou sonhar com o dia em que seria bom acordar.

De vez em quando não ser o acompanhante desejado machuca muito. O problema é não ser desejado como acompanhante de vez em quando.

Houve um tempo em que se separavam as músicas pelas pessoas que elas lembravam e, quando isso acabou, perdeu a graça.

Às vezes é bom esquecer. Outras vezes é bom lembrar do que foi bom. Muitas vezes a gente não entende o choro das outras pessoas.

Há dias em que a gente some. Aí, quem sabe, os outros lembram de você.

De vez em quando tudo faz lembrar o que seria muito, muito melhor esquecer. O problema é esquecer de tudo que seria muito, muito bom lembrar de vez em quando.

Houve um tempo em que pensar no recomeço seria pecado e, quando não recomeçou, foi pecado mesmo.

Um minuto, um dia, um mês ou mais. Não importa o tempo que se demora pra enxergar e aceitar certas coisas.
O que importa mesmo é não sentir mais falta de andar de mãos dadas..."





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