quarta-feira, 29 de abril de 2009


Acertamos que tatuaríamos juntos a passagem do tempo e o acerto dos nossos corpos.
Lembras?
Mas sempre preferiste que a minha tatuagem fosse maior do que a tua. Que eu tatuasse o teu nome, como sinal de pertença...
Como se quisesse mostrar-me como um troféu. O teu troféu, a maior das tuas condecorações...
Eu deixei que me tatuasses a alma e os olhares, as mãos dadas e as alianças nos dedos.

Eu....apenas eu que nem asas me permitiste tatuar porque temias que a tinta tornasse audível o restolhar das minhas penas e voasse para longe de ti...
Tatuou-me no teu corpo, mas foram os meus passos que fundiram-se nos teus...E apenas a tatuagem do meu nome me permitias ser visível.
Tu nunca foste realmente tatuado, nunca fizeste do teu corpo altares de mim.
As tuas tatuagens sempre foram menos profundas na verdade.
Do meu nome poderás tatuar outro.
As tuas tatuagens, aliás, as minhas tatuagens em ti sempre foram tão mais fáceis de apagar.




[Eras tu...tatuado por toda a minha mente...]


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