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Abre as mãos.
Larga as amarras dos que não te pertencem, mantém-te são, estável, inabalável. Apaga as memorias que já não são tuas.
Não sorrias e não chores.
Não sejas quem querias ser, não sejas quem os outros gostariam que fosses, não sejas quem és.
Não sejas ninguém.
Volta-te de mãos vazias e, principalmente, cheio de espaço entre os braços.
Volta-te como ser novo, vazio das coisas sem importância, vazio de histórias, de memórias, vazio de fantasmas.
Volta-te como pessoa indefinida, sem conceitos, sem opiniões formadas.
Vais ter espaço entre as mãos para agarrares todas as oportunidade, ter lugar no meio dos braços para fortes abraços, espaço para aprender, espaço para amar.
Vais ter espaço para te criares, ao meu lado, como se fosse sempre a primeira vez. Vais ser tu, sem barreiras, aventureiro e livre. Vais saber escolher o melhor caminho, a melhor companhia.
Vais ser teu e, vais saber dar o melhor de ti. Porque em ti não há nada do que foste, nada do que te fizeram ser.
De ti, agora, existe um vazio pronto para preencher, um vazio pronto para recomeçar.
Constrói-te, do zero, como se fosse a primeira vez.
(Re)Ergue-te e, começa de novo.
E se quiseres me abraçar,bastarás olhar para o lado.
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["E se você puder me olhar
Se você quiser me achar
E se você trouxer o seu lar...
Eu vou cuidar
Eu cuidarei dele
Eu vou cuidar do seu jardim...
Eu vou cuidar
Eu cuidarei do seu jantar
Do céu e do mar
E de você e de mim ..."]
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