segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Sexta -feira, 26 de Julho de 2007

"Não sei o que está acontecendo comigo, diz a paciente para o psiquiatra.
Ela sabe.
Não sei se eu gosto mesmo da minha namorada, diz um amigo para o outro. Ele sabe.
Não sei se quero continuar com a vida que tenho, pensamos em silêncio. Sabemos, sim.

Sabemos tudo o que sentimos porque algo dentro de nós grita. Tentamos abafar esse grito com conversas tolas, elucubrações, esoterismo, leituras dinâmicas, namoros virtuais, mas não importa o método que iremos utilizar para procurar uma verdade que se encaixa nos nossos planos: será infrutífero. A verdade já está dentro, a verdade impõe-se, fala mais alto que nós, ela grita.

(...) A verdade provoca febres, salta aos olhos, desenvolve úlceras. Nosso corpo é a casa da verdade, lá de dentro vêm todas as informações que passarão por uma triagem particular: algumas verdades a gente deixa sair, outras a gente aprisiona. Mas a verdade é só uma: ninguém tem dúvida sobre si mesmo." (...)

Eu não sei se teria coragem de jogar tudo para o alto.
Sabe.
Eu não sei porque sou assim. Sabe".




ps: Este texto da Martha Medeiros me faz pensar: será que a gente sabe tudo mesmo e sempre arruma um jeito para achar que não? Às vezes fazemos escolhas que contrariam nossas verdades por serem mais práticas ou mais sensatas. E a nossa verdade, onde fica? E a gente, onde fica?
Ok. Sei que hoje estou um pouco dramática. Enumerei as verdades que estavam perdidas dentro de mim e levei um susto.


(Levei mesmo?)