terça-feira, 11 de novembro de 2008

.:Do lado de dentro:.

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Ouvi o bater seco da porta ao fechar enquanto dormia.
Ainda havia o teu perfume nos lençóis que envolvia o meu corpo, enquanto procurava o teu ao meu lado.
Sonolenta,abri os olhos procurando por ti e não estavas.
Perguntei por ti e respondeu-me a tua ausência.
E agora,sabia comigo mesma que não seria momentânea, como tantas outras.
Um até breve disfarçado de adeus, como tantos outros.
Aqueles que nunca te diria. Aqueles que nunca esperei que me disseste.

Deixei que o tempo se contasse entre fumaças fugazes e justificações para a tua ausência.
Passos lá fora.
Serão os teus?
Não. Seguramente não seriam os teus. Se o fossem já terias entrado por essa porta. Nunca poderiam ser os teus, porque esses eu conheço de cor...
Mas bastou-me a minha certeza de que por ti,não mais esperarei...Como tantas outras vezes.

Não houve um bilhete de despedida e as chaves deixaste-as propositadamente na fechadura. Pelo lado de fora.
Deixaste-me presa a ti, ao porquê de tudo isto...sem respostas... e à vaga expectativa do teu regresso.
Que egoísta foste!
E saíste deixando a porta bater. E eu ouvi-a bater.
Fez-me escutar o barulho ensurdecedor de uma porta,como de quem não se importa...com tudo o que havia deixado para tras.

Pensei em te dar as chaves,para que pudesse voltar quando quisesse me visistar.
Mas enquanto procurava por ti,achei fotografias que mostravam a fidelidade dos meus olhos quando te viam...
Olhei ao redor...e vi a casa que diariamente regava para que ali sempre fosse teu abrigo,para acalentar-te sonhos.

Desorientada...voltei até a porta.
Silenciosamente pus a chave novamente para o lado de dentro.
Andei suavemente por todos os cômodos da nossa casa.
Visitei sentimentos.Admirei mais uma vez a nossa janela de vistas tão belas.
Recolhi alguns pedaços meus que estavam espalhados nas nossas varandas de luar.
Procurei as flores que te dei...mas já não havia nada lá.

E a ausência que antes me agonizava,de repente era ela ali quem me fazia completar os pulmões.

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"Não havia mais um dia perfeito...não havia mais com que me enganar...
Ventania no nosso deserto particular.
Não havia mais maneira ou jeito de fazer tudo se modificar...o futuro terminou antes de começar..."




[ Ainda bem que o amor é como o Sol...e sabe como renascer...]












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.:Taiba's Dreams:.







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Eu poderia falar da Lua sublime que nos cobria...
Ou quem sabe então descrever os raios de Sol que nos aqueceu.
Contaria sobre as estrelas que nos sorriam e nos contemplavam.
Mas não...a música que você sussurrou ao meu ouvido fazendo-me adormecer em teus braços...foi bem mais além...



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[Alguma coisa se esvai pela fímbria de teus dedos que aos poucos invade minha vida...Alguma coisa de mim, teus olhos denunciam...que me inquieta.
Sabes alguma coisa sobre mim que eu năo sabia...
E quanto mais o toque de tuas mãos me decifra,mais saberás de mim e mais perdida em ti me encontrarei...]

(SEGREDO MEU!)

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