segunda-feira, 30 de novembro de 2009
.:. Dama da Noite .:.
terça-feira, 24 de novembro de 2009
.:.(Sobre)Vôos.:.
O que ele mais apreciava nela era essa maneira dela ser sempre assim tão livre.
Gostava de ter sua pequena borboleta ao seu alcance e deixavasse inebriar pelas suas histórias que trazia de outros céus.
Dizia que o seu encanto vinha dessa sua vontade de querer abraçar o mundo e tomar num gole só.
Tantas vezes apreciava seus vôos e o azuis das suas asas...E com um sorriso na palma das suas mãos,lhe acolhia quando o mundo lhe dizia não.
Ria dela e com ela dos seus despropósitos e suas tentativas desajeitadas de querer sempre dar mais do que se tem. De acreditar no que lhe dizem, de ver possibilidades num simples olhar e achar que as pessoas são muito mais do que se mostram.
E riam. Ria das suas aventuranças,dos seus porquês e tapas na cara.Ria do seu jeito hábil de levantar após cada queda.
Dizia-lhe gostar do seu cheiro,do seu sabor e do seu suor. E que ver aqueles sobrevôos da pequena borboleta, era como ter sempre à sua janela um céu fim de tarde como um dia de primavera.Pois ela lhe dava cores. Ela trazia a vida em si.
E lhe pediu a mão.
Ele quis ver de perto esse mundo que ela explorava com olhos de criança e pés nas nuvens. Queria desfrutar a coragem de ter coragem e saber pousar nas flores.Compreender a magia de não se perder no infinito desse mundo que tanto a encantava.
Agora, parece que as cores que cobriam o seu céu parece incomodar de tal forma... que o menininho tentar aprisionar a pequena borboleta.Aperta as suas asas... manchando aquele azul bonito que antes lhe fazia brilhar os olhos.
Ainda quer suas cores,mas não mais as suas asas.
Concentra-se nas coisas que não podem ser ditas e no silêncio que se faz necessário.
Acredita que poderias dar-lhe uma redoma e limitar a dimensão do seus astros e desenhar-lhe constelações...
E a pequena borboleta queria pôr nas suas asas e mostrar-lhe as estrelas do seu céu.Mas ele não sabia que para se voar era necessário está livre de pensamentos.Está livres de passados e apenas abrir os braços para receber o vento no rosto...a brisa do incerto e a beleza do talvez.
(Pobre menino...ele também não sabe que para se ter uma borboleta,também é necessário cuidar do seu jardim...)
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Antes que acabe o ano...
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["As vezes me preservo...outras suicido..."]
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terça-feira, 17 de novembro de 2009
.:. Pelo Engarrafamento .:.
As paredes do meu quarto.
Sinto seu compasso,
Sinto sua respiração.
Não diga que fui eu que voei...
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[Enquanto ela chorava por ter perdido o carro,
conheceu alguém que não tinha pés...]
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.:. EsTraDaS .:.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
.:. + novo de novo .:.
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Abre as mãos.
Larga as amarras dos que não te pertencem, mantém-te são, estável, inabalável. Apaga as memorias que já não são tuas.
Não sorrias e não chores.
Não sejas quem querias ser, não sejas quem os outros gostariam que fosses, não sejas quem és.
Não sejas ninguém.
Volta-te de mãos vazias e, principalmente, cheio de espaço entre os braços.
Volta-te como ser novo, vazio das coisas sem importância, vazio de histórias, de memórias, vazio de fantasmas.
Volta-te como pessoa indefinida, sem conceitos, sem opiniões formadas.
Vais ter espaço entre as mãos para agarrares todas as oportunidade, ter lugar no meio dos braços para fortes abraços, espaço para aprender, espaço para amar.
Vais ter espaço para te criares, ao meu lado, como se fosse sempre a primeira vez. Vais ser tu, sem barreiras, aventureiro e livre. Vais saber escolher o melhor caminho, a melhor companhia.
Vais ser teu e, vais saber dar o melhor de ti. Porque em ti não há nada do que foste, nada do que te fizeram ser.
De ti, agora, existe um vazio pronto para preencher, um vazio pronto para recomeçar.
Constrói-te, do zero, como se fosse a primeira vez.
(Re)Ergue-te e, começa de novo.
E se quiseres me abraçar,bastarás olhar para o lado.
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["E se você puder me olhar
Se você quiser me achar
E se você trouxer o seu lar...
Eu vou cuidar
Eu cuidarei dele
Eu vou cuidar do seu jardim...
Eu vou cuidar
Eu cuidarei do seu jantar
Do céu e do mar
E de você e de mim ..."]
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.:. Bengalas .:.
Que só eram úteis para quem não conhece os seus passos, para quem tropeça em mentiras, para quem não sabe onde está nem para onde vai.
Julguei que éramos certos, que tínhamos passos firmes...
Que usávamos bengalas só com os outros.
Julguei que éramos desprovidos de artifícios.
Que era nua a tua alma perante a minha. Que era nua a minha alma em frente a tua.
Julguei que nos sustentaríamos, sem bengalas. Que eram fortes as tuas pernas e certos os meus passos.
Não me seguiste, não te vi à minha frente nunca. De mãos dadas, lado a lado. Sem bengalas. Sem palavras.
Não sei distinguir o momento exato em que fraquejamos.
Senti balançar-te ao meu lado.
Houve um barulho ensurdecedor, num daqueles momentos em que as coisas acontecem em camera lenta, como nos filmes, vi-te cair, despropositadamente, ao meu lado.
Não sei onde nos perdermos, sei que não foi ali, nem naquele momento...
A tua mão já não pedia a minha, a minha já não se estendia para a tua. Não havia ação espontânea que nos ligasse.
Acabou-se a sintonia, a melodia ritmada por uma coisa qualquer que não precisamos nunca de cantar.
E na tua queda, que se prolongou por demasiado tempo, num lugar que não me recordo agora, perderam-se os passos certos.
Os caminhos...sem indicações.
Deixei-te lá, a cair continuamente, sem pedir ajuda, porque não usamos palavras, não tínhamos bengalas a segurar o nosso amor.
Disseram-me que há grandes amores que acabam assim, quando deixa de haver magia. Que se afastam sem saberem, que quando caiem já nada mais há para reerguer.
Quando voltei, com os passos pouco certos, muito apressados, trazia uma bengala na mão para me amparar.
Já não era eu, agora despida de artifícios...Já não era pura a minha alma.
E não me importei de te estender a mão quando me pediste, não me importei de não ser espontâneo o meu ato, nem me importei de ser em desespero o teu pedido...
Quando me sentei ao teu lado para discutir os próximos passos, não fiquei triste por já não ser indiscutível o nosso caminho, por não ser certo e sem mapa.
Quando nos reerguemos, de bengalas em punho, não me importei de precisar de ajuda, não me importei de te falar disso.
Quando todos os passos que se seguiram foram dados de mapa na mão, não fiquei triste por não saber o caminho de cor.
Eu sei que não foi bonito, que não é digno de uma historia de embalar, sei que não vão falar de nós no futuro, e que as meninas não vão sonhar em ser eu.
Quando te vi cair, não cai contigo. E sempre achei que não saberia seguir este caminho sem ti, mas sei.
Há qualquer coisa em mim, pouco mágica, que me faz conter as lágrimas e continuar...
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quinta-feira, 12 de novembro de 2009
.: Branco .:.
Perdi-me num branco sem fim.
No branco de uma folha de papel.
Escondida no branco dum envelope, dobrado. Perdido no branco duns lençóis amarrotados.
Entre o branco de quatro paredes, com ouvidos e vozes. (Pilares do branco do teto, do branco dum céu... Sem estrelas nem sonhos.)
Perdi-me num branco.
De bom. E de mau.
De beijos e bofetadas.
Pancadas psicológicas que fazem sangrar.
Dum vermelho de vida. Ou de morte.
Perdi-me no branco duns olhos baços.
Baços e mortos. Mortos e frios...
De uma apatia contagiante. De uma apatia sufocante.
Perdi-me num branco sem fim.
Como uma mão branca e fria, que me tapa os olhos, todas as noites.
O branco de uma mão. Pequena e gelada.
Logo a mim... Logo eu...
Que me tinha habituado a umas mãos grandes. E quentes. E quentes. E quentes...
Perdi-me no branco de um labirinto.
Feito de muralhas cor de nada. Rodeadas dum branco espalhado em flores.
Cobertas do branco dum orvalho matinal.
Perdi-me. Como aquele dia que perdi-me da tua mão. Do teu quente. Do teu corpo, feito de reflexos brilhantes e coloridos em noites escuras.
Perdi-me num sonho. Mais um.Branco. Apagado.
Pelo branco de uma borracha que apaga sonhos, em segundos.
Que apaga sorrisos.
Com motivos e vontades.
Perdi-me num branco sem fim.
Um branco que consome.
Que engole vida e a cospe logo a seguir, sem ligar importância...
Perdi-me.
Branca. Fria.
Num nada qualquer.
Logo eu... Logo a mim... Que só queria perder-me em ti.
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quinta-feira, 5 de novembro de 2009
.:. Laços e Nós[dois] .:.
Mas eu não podia...ou podia mas não devia...
Ou podia,mas não queria.
Ou não sabia mais como se parava ou voltava atrás...
(...)
Eu tinha que continuar.
"Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas…
Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo.
Quando te falo da idade, quando te falo do tempo, e não tivemos tempo – queria te falar de Cronos, Saturno, da volta pelo Zodíaco quando se completa 30 anos.
A tua estrela é muito clara, tem sinais bons na tua testa. Compreendo teu Plutão e a Lua encarcerados na casa XII – as emoções e paixões aprisionadas -, e também Urano, todo o impulso bloqueado. Na mesma casa, a do Karma, a dos espíritos que mais sofrem, tenho também o Sol, Mercúrio e Netuno.
Somos muito parecidos, de jeitos inteiramente diferentes: somos espantosamente parecidos. E eu acho que é por isso que te escrevo, para cuidar de ti, para cuidar de mim – para não querer, violentamente não querer de maneira alguma ficar na sua memória, seu coração, sua cabeça, como uma sombra escura. Perdoe a minha precariedade e as minhas tentativas inábeis, desajeitadas, de segurar a maçã no escuro. Me queira bem.
Estou te querendo muito bem neste minuto.
Tinha vontade que você estivesse aqui e eu pudesse te mostrar muitas coisas, grandes, pequenas, e sem nenhuma importância, algumas. Fique feliz, fique bem feliz, fique bem claro, queira ser feliz. Você é muito lindo e eu tento te enviar a minha melhor vibração . Mesmo que a gente se perca, não importa. Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro. Mas que seja bom o que vier, para você, para mim.
Com cuidado, com carinho grande, te abraço forte e te beijo."
(Fragmentos de C.F.A.)
Quão estranhos nós éramos...
Acreditando que o NADA que tínhamos,
Era TUDO que podíamos ter...
[E pra ele...eu disse SIM...]
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.:.POr não estarem mais distraídos...
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Tudo de novo
[Mas nada de novo]
Aquele peito contido num vazio tão conhecido
O silêncio torto,reticências mudas
dos meus versos inacabados.
Lágrima que se mistura no trago do meu cigarro
num olhar agora atravessado.
Impressão minha ou dormíamos de mãos dadas?
Você estava ali,não estava?
De nós restou apenas essa coragem covarde
De seres demasiadamente humanos.
Mas porque não ouviu meus pensamentos enquanto eu dizia:
"Vai...vai que eu vou atras sem largar tua mão..."
Há tanta ansiedade no tempo de esperas.
A esperança parecia tão precisa,de repente,escorreu entre os dedos...
É como querer aprisionar o vácuo.
O tempo dita as regras e a vida precisa seguir seu curso.
Tudo o que invadiu a retina e o coração causaram efeitos.
Não sairamos inteiros.
Não há como!
Há um tudo certo e nada combinado com sensação de eternidade.
É tão delicado andar sobre linhas finas,quando se insiste em brincar de equilibrista.
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